Fernanda Montenegro em Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo no TEATRO MULTIPLAN

Fernanda Montenegro em Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo no TEATRO MULTIPLAN

A fala de Nelson Rodrigues sempre chamou a atenção de Fernanda Montenegro, que organizou e encenou as leituras dramáticas baseadas na obra “Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo” de Sônia Rodrigues, que reúne o máximo do que ele quis dizer sobre sua vida e sua obra. Respeitando, inclusive, a posição de Nelson de que o memorialismo é uma forma de falsificação e que a ficção é autobiográfica. Nelson Rodrigues é hoje considerado o grande autor trágico do Brasil. Para muitos, ele é o único grande autor dramático do país, mas, acima de tudo, foi o descobridor de uma linguagem cênica, essencialmente livre de compromissos literários.

Nelson Rodrigues via sua época como trágica e épica. Nas crônicas dos anos 60, carregou o século passado para fora do tempo, transformando o cotidiano óbvio em momentos transcendentais.

Com sua obra, controvérsias e biografia, Nelson se consolidou como um dos polemistas mais bem-humorados do Brasil, o hiperbolico cronista do futebol, torcedor do Fluminense e nosso maior dramaturgo.

Nada intimidava Nelson Rodrigues. Sua postura de publicista e intelectual não orgânico o fazia recuar. Provavelmente, foi um dos últimos intelectuais não orgânicos do país. Não pertencia a partidos, igrejas, grupos de esquerda ou direita, nem à academia. Ele tinha o direito de expressar suas ideias sobre temas de interesse público, sem se prender a “panelas” ou grupos de opinião.

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Fernanda Montenegro as Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo at MULTIPLAN THEATER

Nelson Rodrigues’s speeches have always caught Fernanda Montenegro’s attention. She organized and performed dramatic readings based on “Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo” by Sônia Rodrigues, which captures the essence of his thoughts on his life and work. Respecting Nelson’s view that memoirism is a form of falsehood and that fiction is autobiographical, the play celebrates his status as Brazil’s greatest tragic playwright. For many, he is the only major dramatic author in the country, but above all, he was a pioneer of a theatrical language that is essentially free from literary constraints.

Nelson Rodrigues considered his era as tragic and epic. In his chronicles from the 1960s, he brought the 20th century out of time, transforming mundane daily life into transcendent moments.

Through his work, controversies, and biography, Nelson became one of the most humorous polemicists in Brazil, a hyperbolic football chronicler, a Fluminense supporter, and our greatest playwright.

Nothing intimidated Nelson. His stance as an independent intellectual meant he was never afraid to speak his mind. He was probably one of the last non-institutional intellectuals in Brazil. He was not affiliated with parties, churches, or political groups, whether left or right, nor with academia. He believed he had the right to express his ideas on major public themes, free from “cliques” or opinion groups.

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12 a 27 de Julho Sábado às 20h30, Domingo às 19h30