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Teatro Casa Grande - Rio de Janeiro

O Teatro Casa Grande faz parte da vida cultural do Rio há mais de 50 anos. Nesse período, ajudou e acompanhou o desenvolvimento do Leblon, apresentou espetáculos artísticos dos mais importantes montados no Rio e tornou-se um símbolo de resistência democrática, abrigando debates e reuniões históricos que contribuíram para a redemocratização do país e a consolidação das liberdades políticas e sociais.

Em 1966, através de um anúncio de jornal, Max Haus achou um galpão no longínquo Leblon que estava sendo alugado pela Igreja. Naquela época, a Afrânio de Melo Franco era uma rua de terra e sem iluminação pública. No fim da rua, a Praia do Pinto.

Negócio fechado com um padre, nasceu ali o Café Teatro Casa Grande, em terreno privado pelo qual a Igreja receberia aluguel até que, quase uma década depois, o estado se declarou dono e reivindicou pagamento pelo uso.

Um sucesso de imediato. Após um breve período, cerca de dois anos depois, Max e seu sócio Moysés Ajhaenblat acharam por bem fazer dali um teatro. Com empréstimos bancários e de amigos, nasceu o Teatro Casa Grande, que teve dificuldades para se estabelecer inicialmente em um bairro ainda muito longe da referência de sofisticação que viria a ganhar nas décadas seguintes.

Com as dívidas aumentando, o teatro já estava para fechar as portas quando foi salvo por um encontro ocasional com o dramaturgo e diretor Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. Ao saber das dificuldades, Vianinha procurou Paulo Pontes e Bibi Ferreira, que ensaiavam um novo espetáculo.

Veio o Brasileiro, Profissão  Esperança, um sucesso enorme  que garantiu a sobrevivência do Casa Grande e deu início a uma história de grandes espetáculos teatrais e artísticos, que se mantém até hoje.

Nessas quase seis décadas, o Casa Grande abrigou, entre outros,  A Noviça Rebelde”, Hairspray, A Gaiola das Loucas, Hamlet, Um Violinista no Telhado, Tim Maia – o Musical, Cabaret, God, Bibi, um Musical, Minha Mãe é Uma Peça, Cão Sem Plumas, O Mistério de Irma Vap, Cia Deborah Colker e o que já se tornou tradicional na Casa, a apresentação anual do clássico Ballet O Quebra Nozes.

Também passaram pelo teatro grandes nomes como Nara Leão, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque, Gal Costa, Martinho da Vila, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Novos Baianos, Baden Powell, Família Caymmi, entre outros.

Tudo isso em meio a dois episódios tristes: a tentativa de fechamento na época da ditadura militar, em meados dos anos 70, e o incêndio que destruiu totalmente o teatro nos anos 90.

Durante o regime militar, o Casa Grande era o lugar onde as pessoas podiam se encontrar e se tornou importante centro de encontros para debates fundamentais para a democracia que chegaria anos depois. Uma postura que levou à tentativa do regime de fechar o teatro, fracassada porque a classe artística se juntou aos intelectuais em um grande movimento de resistência e o Casa Grade permaneceu aberto. Salvo mais uma vez.

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